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6 de nov. de 2012

Por que o anticólicas infantil à base de funcho e chicória foi banido?



Algumas mães ainda se preocupam com o recolhimento desse produto que foi comercializado por 72 anos e prometia exterminar as cólicas dos pequenos. Os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, afirmam que o registro da fórmula venceu em 2005 e que a renovação foi vetada por dois motivos: além de o fabricante não ter apresentado nenhuma comprovação de eficácia e segurança do remédio, também não cumpriu uma das normas estabelecidas pelo órgão regulamentador - a de que pedaços de plantas não podiam fazer parte da formulação. Assim, em fevereiro deste ano, o fitoterápico foi retirado das prateleiras de farmácias Brasil afora e deixou gerações órfãs de uma solução conhecida e teoricamente bem-aceita.

Se você perguntar em casa, sua mãe ou avó provavelmente dirão que se lembram muito bem do momento em que mergulhavam a chupeta em um recipiente cheio desse pó doce - embora a recomendação fosse dissolver o produto em água. E deixavam os rebentos se deliciarem até o choro cessar. "O preparo continha folhas de chicória, raiz de ruibarbo e flores de funcho, além da sacarina, que é um produto artificial e também o responsável pelo sabor adocicado", conta a gastropediatra Cristina Targa Ferreira, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Em tese, essa mistura de compostos ativos deveria ser suficiente para dar sumiço aos desconfortos do bebê, mas, na realidade, os próprios especialistas tinham dúvidas de que o remédio funcionasse mesmo. O funcho, também conhecido como erva-doce, apresenta um efeito relaxante e sedativo. Acreditava-se, então, que, por aliviar o estresse, fator ligado ao aparecimento da cólica, ele ajudaria a apagar os sintomas que atormentavam a criança. No entanto, faltavam provas definitivas dessa ação para sustentar sua permanência no mercado. Careciam pesquisas que legitimavam sua atuação diretamente no sistema digestivo do pequeno.

Não bastasse isso, a quantidade de sacarina presente no fitoterápico já era motivo suficiente para fazer muitos pediatras torcerem o nariz. "Esse tipo de adoçante não é algo que deva ser ingerido por crianças", alerta a pediatra Lucia Diehl da Silva, também da capital gaúcha. Sabe-se, contudo, que a sacarina usada na formulação tem o poder de acalmar o bebê. "Ela funcionaria como um antidepressivo temporário, estimulando a liberação de neurotransmissores ligados ao bem-estar, como a serotonina", esclarece Cristina. E é nessa linha que veio o questionamento da Anvisa: afinal, o pó adocicado era um simples calmante ou aplacava mesmo as dores dos pequenos?

O combo funcho, chicória e sacarina parecia iludir tanto o bebê quanto os pais. É que a doçura do fitoterápico fazia com que a atenção do recém-nascido fosse desviada do desconforto na barriga para o prazer despertado no paladar. Quando ele parava de chorar, a mãe imaginava que o descompasso tinha sido vencido. As doses, entretanto, exerciam uma espécie de efeito placebo na percepção dos pais, que acreditavam ter a solução para o mal-estar do filho.

Outra má notícia, aliás, veio abalar a fama do combinado. Especula-se que seu consumo prematuro esteja associado a um maior risco de obesidade. Isso porque os médicos têm evidências de que hábitos alimentares equivocados na vida adulta são influenciados por uma alta exposição ao sabor doce no primeiro ano de vida. Seria mais um motivo para ter cautela com o produto.

Agora a Anvisa está exigindo que o laboratório responsável pela fórmula apresente estudos conclusivos quanto aos resultados prometidos. Eles já estão sendo realizados e, daqui a um tempo, pode ser que você reencontre o produto na farmácia - só que, desta vez, cumprindo à risca a programação do rótulo. Um ponto que paira no ar é saber como o fabricante resolverá a questão do excesso de açúcar. "Mesmo que o medicamento volte a ser comercializado, é importante consultar um médico antes de comprá-lo", aconselha a pediatra Patricia Lago, presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.

Outro recado aos pais: jamais altere a dieta do bebê a fim de prevenir o desconforto. O aleitamento materno continua prioridade e vale evitar mesmo o leite de vaca, um detonador de cólicas. Enquanto esperamos a sentença do fitoterápico, elencamos, à direita, algumas atitudes que, com o aval de especialistas, ajudam a amenizar o incômodo. Experimente. Pode estar aí a receita para o bebê parar de chorar e a família ficar em paz.

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0351/familia/anticolicas-infantil-base-funcho-chicoria-foi-banido-689425.shtml

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